Progesterona regula o crescimento de tumores

O que é progesterona para? A progesterona regula o crescimento de tumores cerebrais primários, determinados especialistas da UNAM e de outras instituições. Este hormônio sexual também está relacionado a outros tipos de câncer, como o câncer de mama e do colo do útero.

Os astrocitomas são os tumores cerebrais primários mais comuns e agressivos e os que causam o maior número de mortes no mundo, relataram Ignacio Camacho Arroyo, pesquisador da Faculdade de Química da UNAM.

Ele explicou que, diferentemente de outros tumores que se formam em diferentes órgãos e por metástase, chegam ao cérebro, os primários se desenvolvem no sistema nervoso central.

O coordenador dessa linha de pesquisa comentou que os hormônios sexuais não estão relacionados apenas aos aspectos reprodutivos, eles também estão associados à plasticidade ou ao humor neuronal.

"A progesterona pode modificar a atividade das células através de diferentes mecanismos, porque pode alterar a taxa de expressão de genes específicos ou produzir mudanças no comportamento das células", explicou.

Ao longo de 12 anos de estudos, os cientistas descobriram que a progesterona aumenta o número de células tumorais e modifica seu crescimento. Além disso, regula os genes responsáveis ​​pela proliferação celular e metástase, características do câncer.

Os tumores primários se originam nos astrócitos, as células mais abundantes do cérebro, responsáveis ​​por fornecer nutrientes ao tecido nervoso e, de acordo com suas características histopatológicas, são divididos em quatro graus. O primeiro grau do tumor é tratável com cirurgia, enquanto os graus três e quatro são tratados com quimioterapia ou radioterapia.

O prognóstico da vida do paciente diminui em relação ao aumento do grau de evolução do tumor, porque enquanto a expectativa de vida de um paciente grau 1 é de sete anos, a de um paciente grau 3 ou 4 é de um ano para três.

Camacho Arroyo explicou que a presença desses tumores costuma ser confundida com dores de cabeça, tontura e convulsões; somente até que o paciente detecte a recorrência dos sintomas, procure atendimento médico. "Normalmente, quando um paciente chega a um serviço neurológico, infelizmente ele o faz nos estados três ou quatro, quando o tempo que ele deixou e a qualidade de vida que ele terá são muito baixos."

O especialista em biomédica básica informou que atualmente, além do rádio e da quimioterapia, não existe alternativa terapêutica que possa prolongar a vida do paciente ou melhorar sua qualidade de vida. Foi assim que surgiu o interesse em estudar esse tipo de sofrimento e, como resultado, gerar uma terapia anti-hormonal no futuro.

Para concluir, Camacho Arroyo ressaltou que os tumores são mais comuns em adultos e mais frequentes em homens. "Não importa raça, sexo, idade e classe social, eles são tumores que podem acabar com a vida de qualquer pessoa que sofra desta doença."